Pensata

Eterno pecador

Quis evitar mais uma coluna sobre o papa Bento 16 assim como o diabo foge da cruz, mas não resisti. Caí em tentação. Há duas coisas sobre o sumo pontífice que ainda acho necessário destacar. A primeira, como bem observou o José Simão, é que ele fala português melhor do que o Lula. A segunda é que o santo padre é um estopador em anidropodotecas - apesar de incomum, essa é a expressão mais elevada que encontrei para dizer "chato de galochas".
No plano lingüístico, muito embora o presidente brasileiro demonstre maior segurança na utilização do idioma, o bispo de Roma é mais escorreito no emprego daquilo que se convencionou chamar de concordância verbo-nominal. Talvez por influência do latim, quando o papa fala, um plural é um plural - o que nem sempre ocorre no discurso presidencial. Em termos de conteúdo, entretanto, fico com Lula, que me surpreendeu positivamente ao defender de modo polido, mas sem deixar de ser enfático o Estado laico. Constato com satisfação que, no poder, Lula vendeu-se apenas aos banqueiros, e não aos banqueiros e aos padres como eu já receava.
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