Pelos ares

Iata: Brasil não tem alternativa para crise

Associação, que reúne 220 grandes empresas, enviará missão ao País

Jamil Chade em O ESTADO DE S.PAULO
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) acusou ontem o governo de não ter um plano de contingência para a crise aérea no País. A poderosa entidade, que reúne mais de 220 empresas de todo o mundo, enviará na próxima semana uma missão ao Brasil para tentar estabelecer com as autoridades e companhias aéreas um plano para evitar que a segurança seja comprometida.
'Os problemas enfrentados no Brasil terão um impacto econômico para o País se continuarem a ocorrer', alertou Steven Lott, porta-voz da Iata, entidade que representa os interesses das principais companhias aéreas, que não esconde que está preocupada com os prejuízos que o apagão pode gerar para inúmeras empresas. 'Diante do aumento da demanda de passageiros no País nos últimos anos, o Brasil se viu sem controladores em número suficiente. Mas o que estamos preocupados é que os planos de contingência do governo ou não existem ou são ineficientes. Além disso, não há coordenação com as empresas aéreas no debate sobre uma solução', disse Lott.
'A nossa idéia para o plano de contingência que queremos negociar é de que a segurança e a eficiência do sistema precisam ser garantidas', afirmou. 'Não consideramos que voar no Brasil seja perigoso, mas o acidente com o avião da Gol demonstrou que há questões que precisam ser ajustadas de forma rápida', disse a entidade. A Iata ainda pede que o diálogo entre o governo e os controladores seja mantido para evitar novos problemas na Páscoa. Uma das prioridades, segundo a entidade, é garantir que os vôos internacionais possam continuar operando de forma normal.
A Iata ainda aponta que o setor aéreo latino-americano de aviação deverá registrar uma das menores taxas de lucros em 2007 entre todas as regiões do mundo diante da crise no Brasil, México e Bolívia. Segundo a entidade, o setor deverá registrar um resultado positivo de U$ 300 milhões neste ano, ante um total de lucros de US$ 3,8 bilhões no resto do mundo.
Na avaliação da Iata, a reestruturação do setor aéreo latino-americano vai se aprofundar nos próximos meses. Um dos motivos é a transição da Varig - adquirida pela Gol. Na Bolívia, a crise na LAB também teve efeito negativo para a região, que nos últimos dias ainda viu o colapso da mexicana Azteca.

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