Primo vedere Roma...

Quase multado...

Agosto de 1985. Roma. Susan e eu estávamos há dez dias na Cidade Eterna, que viramos do avesso caminhando. De vez em quando usávamos os ônibus, que me encantavam pela generosidade. Não havia cobrador nem catraca, nada. As pessoas subiam e desciam sem nenhum sinal de preocupação. Um dia, enquanto eu filosofava sobre o progresso, olhando o Coliseu passar veloz, sentou-se ao meu lado um estudante de arquitetura. Começamos a conversar e eu perguntei quem financiava os ônibus gratuitos. O jovem arregalou os olhos e me olhou como se estivesse em frente a um marciano. Gratuitos? Tu sei patso? São caríssimos. Uma vergonha. Contei a ele que todos os dias eu pegava ônibus e como nunca me haviam cobrado, jamais paguei. Visivelmente assustado ele disse que os bilhetes eram vendidos em quiosques, ao lado dos pontos. Depois mudou de banco, escolheu um bem longe. Se entrasse um fiscal e eu fosse surpreendido de mãos abanando, a multa seria altíssima. Desci no ponto seguinte, comprei um bilhete, de fato caríssimo, e peguei outro ônibus. No primeiro ponto subiu um tipo que veio direto em minha direção. Pediu o bilhete. Mostrei orgulhoso. Estava trincando de novo. Escapei por pouco... (Sidney Borges)

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