Meatballs?

Viagem no tempo

Ontem de manhã, depois de colocar o Ubatuba Víbora no ar, entrei em minha máquina de tempo movida a plasma e dei uma passadinha em Nova Iorque. Esqueci de olhar o ano em que pousei, tal o cheiro que permeou a máquina enquanto eu fazia o xeque de desligamento. Calculo que entre 1910 e 1920. Saí para dar uma volta pelo Brooklin, sempre que posso vou ao Brooklin de outrora comer spaghetti com almôndegas, que os gringos teimam em chamar de meatballs. Desta vez foi impossível saborear a iguaria, o cheiro insuportável dos dejetos de milhares de cavalos impediu. É isso mesmo, em Nova Iorque há milhares de carroças que transportam mercadorias. Sem elas a cidade pararia. O aroma está terrível, há mais de um mês não chove o que agrava o problema. Antes de voltar ao presente parei em meio a uma manifestação de sindicalistas. Havia trabalhadores de diversos setores, todos ligados aos transportes. Ferreiros que colocam ferraduras em cavalos, vendedores de cavalos usados, comerciantes de carroças e distribuidores de ração para cavalos. Estavam bravíssimos com um tal de Henry Ford. Montado em um caixote de cebolas um sindicalista de longos bigodes e suspensórios vermelhos afirmava categoricamente que a entrada dos caminhões no mercado iria provocar a maior onda de desemprego já vista na América. E profetizou: a queima de petróleo ainda vai dar muita dor de cabeça ao homem. Voltei rápido ao presente, ainda a tempo de ver no jornal da televisão as praias do Recife desaparecendo invadidas pelo mar, cujo nível não pára de subir... (Sidney Borges)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu