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Os segredos para fazer um “pibinho”

Por Giuliano Guandalini em Veja:
Os brasileiros conheceram na semana passada o balanço econômico do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre 2003 e 2006, o PIB (a soma de todos os bens e serviços produzidos pelo país) avançou lentamente, em um ritmo de 2,6% ao ano, bem abaixo da média mundial. Um primeiro olhar mostra um resultado tíbio, mas sem surpresas. Essa tem sido a toada da economia brasileira há duas décadas, desde que a Constituição de 1988 instituiu, por decreto, uma sociedade do bem-estar de nível europeu financiada pela porção produtiva de um país de nível de renda brasileiro. No entanto, dois fatos fazem do resultado do PIB do primeiro mandato de Lula um número especialmente desalentador na história econômica brasileira. O primeiro diz respeito ao contexto internacional. Ao contrário de governos anteriores, Lula presidiu o país durante quatro anos de rara prosperidade global. O governo petista não deparou com crises a debelar, não enfrentou choques financeiros de proporções sísmicas como a crise asiática, em 1997, nem os atentados terroristas de 11 de setembro, em 2001. Nos últimos quatro anos, houve apenas uma ou outra chacoalhada momentânea, como a turbulência nos mercados ocorrida na semana passada. Mas não se viu nenhum evento internacional que justificasse o marasmo interno. Ele foi exclusivamente made in Brazil. O segundo fato foi que o Estado voltou a inchar nos últimos quatro anos, revertendo várias tentativas, feitas nos anos 90, de desarmar a bomba do gasto público colocada no colo dos brasileiros pela Constituição de 1988.Entre 2003 e 2006, o governo Lula fortaleceu o assistencialismo, contratou 182.000 funcionários públicos e criou 27 estatais. Quem pagou a conta foi a sociedade, na forma de cargas recordes de impostos. Com muito imposto, falta dinheiro para investimento e poupança. Resultado: mini-PIBs, PIBs envergonhados ou "pibinhos", como escreveu, com rara felicidade, o jornal O Globo. No mesmo período, a carga tributária subiu de 35% para 39% do PIB.

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