Direto de Brasília



Clô (deu no Estadão)

“Aqui é um mercado de compra e venda de coisas como qualquer outro. E o pior: não é com o dinheiro da gente, é com o dinheiro do povo. Percebi de cara.”

Instalado em seu gabinete da Câmara, num divã branco decorado com o brasão da República, o deputado Clodovil Hernandes fala de suas primeiras impressões sobre o Congresso. Avalia que as relações entre os parlamentares são marcadas por um “formalismo mentiroso”. Aos 70 anos, o antigo estilista parece ser um observador atento. Na política, Clodovil costuma ser um crítico mordaz do presidente Lula, mas seu partido é governista. “Todo mundo sugeriu que eu mudasse de partido. Mas eu ainda vou estudar se continuo ou vou para outro. Eu me candidatei por este partido porque foi o que apareceu. Mas eu não tive dinheiro para despesa, não tive nada. Fiz uma campanha com R$ 14 mil”.Indagado sobre a possibilidade de concorrer à prefeitura, diz: “Eu não penso, mas o partido quer. Essas coisas são feitas como negócio, você sabe como funcionam as coisas aqui.” O deputado crê ter surpreendido os demais parlamentares: “As pessoas esperavam um ser cheio de tiques e manias de estrela, mas esbarraram em outra pessoa completamente diferente. Não tenho tiques e não sou estrela. Mesmo que fosse, aqui eu não faria nada desse jeito. Aqui não sou o dono do meu dinheiro. Esse dinheiro que ganho não é de empresa e sim de um país.”

“Se o casamento é instituição falida para os heterossexuais, imagina para os gays.”

Homossexual assumido, Clodovil diz estar sofrendo discriminação disfarçada dos colegas em Brasília. Ele deixa claro, porém, que não vai levantar bandeiras de minorias. Sobre a vida em Brasília, Clodovil tem opiniões bem ao seu estilo. E não demonstra muita simpatia pela cidade: “É uma cidade mal iluminada, parece uma fazenda com algumas casas.” (Expedito Filho)

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