Cortando cana

Efeito etanol garante a maior safra de cana da história

Colheita começa no Centro-Sul, onde 52% da produção deverá ser convertida em 18,57 bilhões de litros de álcool

Por Agnaldo Brito, no Estadão deste domingo:
Sob o sol escaldante do meio-dia, na cidade de Lins, interior de São Paulo, o operador de colheitadeira Marcio Araújo faz sua estréia no mar de cana-de-açúcar. Sem saber, ele deu a largada para a maior safra de cana que o Brasil já colheu. Embora a safra comece em maio, a moagem na Usina Lins, uma das novas produtoras de álcool do País, começa amanhã.
Será uma safra de recordes: 415 milhões de toneladas de cana serão colhidas e moídas no Centro-Sul (principal região produtora) ante 372,67 milhões da safra anterior. Ela vai permitir que a produção pule de 16,05 bilhões de litros de álcool para 18,57 bilhões, que substituirão a gasolina no Brasil e em outros países. A previsão é de que a safra 2007/2008 movimente R$ 40,6 bilhões, quase R$ 3 bilhões mais que na safra anterior.A supersafra de cana vai contribuir para elevar os números de outra conta, igualmente relevante. Pelos cálculos da Datagro, consultoria que acompanha o setor e de onde saíram as previsões para este ano, o álcool combustível, em sua história de pouco mais de 30 anos, contribuiu para o País economizar US$ 185,9 bilhões. Foi quanto o Brasil deixou de gastar com o consumo do petróleo.
O cálculo considera o valor, no mercado internacional, da gasolina não consumida entre 1975 e 2006 e os juros evitados numa eventual dívida externa com a compra de petróleo que seria convertido em gasolina.
O álcool combustível também permitiu que o Brasil deixasse guardado no fundo da plataforma oceânica nada menos que 11,5% de suas reservas petrolíferas. Com a decisão de criar um substituto para a gasolina, o País economizou 1,58 bilhão de barris de petróleo. As reservas nacionais em águas profundas e sob chão firme são de 13,7 bilhões de barris.
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