Opinar é preciso...

A boa polêmica, um dos produtos afins da feira de artesanato

Renato Nunes
Interessante a polêmica gerada em torno dos comentários da senhora Gulli rebatendo as colocações do Senhor Carlos Alberto (Bacural), a respeito da “Fêrinha Ripi”. Alguns conhecidos observadores do nosso cotidiano escreveram sobre o tema e aproveitaram para fazer comentários sobre as pessoas que dele trataram. Muitos outros observadores não tão conhecidos, também deveriam se manifestar, não só sobre a dita Fêrinha, mas sobre qualquer outro assunto de interesse coletivo que envolvesse as coisas da cidade onde vivemos. Se o assunto é de interesse coletivo, é lógico esperar-se que todos tenham algum tipo de opinião sobre as coisas da qual fazem parte.
Sairíamos todos ganhando se a cada situação urbana decorrente de promessas políticas, atos administrativos, interesses pessoais ou de grupos, surgisse uma montanha de opiniões da comunidade diretamente atingida pela medida proposta.
Em primeiro lugar isso seria ótimo para balizar a opinião dos vereadores, que como se sabe, são uma caixa de ressonância dos anseios do eleitorado. Não há o que criticar, isso está na essência da democracia. Quanto maior o número de manifestações sobre determinado assunto, mais claramente ficará exposta a tendência da comunidade sobre a solução desejada, condição básica para o posicionamento do vereador.
Em segundo lugar, seria ótimo para promover a imprensa local. Sabemos o quanto lutam nossos jornalistas para manterem seus veículos de informação abertos e úteis. Entretanto, por seus comentários ou de seus leitores ganham inimigos, recebem ameaças e são olhados com desconfiança quando aparecem em algum ato público. Muita gente não emite suas opiniões imaginando que poderão ser alcançados pelas mesmas conseqüências sofridas por eles. É uma pena, nossos informativos deveriam ser prestigiados, pois são a ferramenta de expressão da opinião da população.
Por fim, a manifestação maciça e diversificada da comunidade sobre temas polêmicos seria um ótimo meio para remover o centro da questão do perigoso terreno pessoal, que não leva a lugar nenhum, e fazer aflorar a verdadeira condição urbana, social e econômica do assunto, confrontando as propostas com o interesse coletivo e o futuro da cidade.
O privilegiado espaço de interesse turístico fronteiro ao mar na Avenida Iperoig, bem como a impropriedade do bloqueio gigante que caracteriza a vasta zona de estacionamento defendida com unhas e dentes pelas lideranças dos comerciantes de praia da Praia Grande, são exemplos de temas que caíram na discussão falsa de que qualquer alteração de uso lançaria algumas famílias à miséria.
Esse não é o ponto central. Milhares de famílias igualmente sofrem com o desemprego porque Ubatuba não tem um plano de desenvolvimento econômico apoiado no uso adequado de suas áreas naturais, sejam elas fronteiras às praias ou nos sertões. Um plano capaz de gerar emprego e renda o ano todo, como se faz em qualquer parte do mundo nas regiões de alto interesse turístico como a nossa. Para que a falsa discussão não prevaleça é necessário que as pessoas opinem. Nossos jornais eletrônicos são ágeis e instantâneos. Nossa imprensa escrita é semanal, porém registra e documenta as opiniões sob a forma de arquivo permanente.
Sugiro que sobre os assuntos de interesse coletivo as pessoas escrevam e opinem, escrevam e opinem, e acima de tudo, escrevam e opinem.

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