Pensata

A rota que está ausente

Clóvis Rossi na Folha de S.Paulo
"O presidente Lula insinua que quer tirar o foco do debate da lama que salpicou seu governo e seu partido para as comparações de desempenho com seu antecessor. É justo que queira, do ponto de vista eleitoral, mas é insuficiente, como deixou claro Plínio de Arruda Sampaio, petista até o ano passado e candidato do PSOL ao governo paulista neste ano.
No debate promovido pela Rede Globo, quando surgiu o tema "emprego", Plínio corretamente lembrou que soltar números isolados de criação de emprego num e noutro governo é equivocado. O certo é comparar o que foi feito com o que é necessário fazer.
E aí perdem fragorosamente tanto Lula como FHC. É esse, de alguma maneira, o enfoque de João Paulo de Almeida Magalhães, presidente do Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro, no excelente fascículo "Uma estratégia de desenvolvimento para o Brasil".
Seria leviano se tentasse resumir aqui um trabalho que tem começo, meio e fim e no qual o meio pode ser tão importante quanto o fim. Mas me atrevo a puxar o que me pareceu o mote principal: "A economia brasileira só irá bem quando voltar a crescer 7% ao ano".
Esse é o parâmetro correto de comparação se somado ao desempenho brasileiro em relação ao resto do mundo. Pois bem, "entre 1996 e 2005, enquanto o PIB brasileiro expandiu-se 22,4%, a economia mundial cresceu 45,6%", diz documento da Confederação Nacional da Indústria (o período citado cobre os dois governos).
Como fazer o necessário (crescer 7% ao ano) é algo que esteve ausente da campanha eleitoral. É algo também que não está ao alcance de Lula e de Alckmin isoladamente. O ponto fundamental no debate (fora a lama, que também é essencial discutir) é saber quem pode liderar uma ampla coalizão capaz de pôr o país na rota dos 7%."

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