Manchetes do dia

Sábado, 23 / 09 / 2006

Folha de São Paulo:
"Apesar de escândalo, Lula mantém vitória no 1º turno"
Apesar da crise que há uma semana abala o PT, o comando de sua campanha e o próprio governo federal, pesquisa Datafolha realizada ontem - a nove dias da eleição - aponta para a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em primeiro turno. Segundo a pesquisa, Lula sofreu uma oscilação negativa de apenas um ponto, passando de 50% para 49% das intenções de voto, em relação ao levantamento anterior, feito nos dias 18 e 19. O presidente tem 55% dos votos válidos para vencer no primeiro turno, precisa de 50% mais um, ou seja, maioria absoluta dos votos válidos.
O tucano Geraldo Alckmin, que tinha 29%, oscilou positivamente para 31%, dentro da margem de erro, de dois pontos para mais ou para menos. Em dez dias, a diferença de Lula para Alckmin caiu de 22 para 18 pontos. Ainda segundo a pesquisa, Lula tem agora oito pontos a mais que a soma dos adversários. Três dias antes, essa vantagem era de dez pontos. A evolução das pesquisas mostra que Alckmin teve um crescimento de seis pontos percentuais em um mês. Mas, apesar de constante, essa tendência não sinaliza para o segundo turno, afirma o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, porque Lula se mantém no mesmo patamar.
Como a candidata do PSOL, Heloisa Helena, sofreu oscilação negativa de dois pontos_ passando de 9% para 7%_ Paulino explica que os oponentes de Lula estão trocando votos entre si. "Isso [a oscilação de Alckmin] é basicamente da Heloísa Helena e não ajuda a ter um segundo turno", disse Paulino, acrescentando que, para uma mudança no cenário, seria necessário que a oscilação negativa de Lula "se transformasse numa perda mais significativa" nessa reta final. Segundo o Datafolha, o candidato do PDT, Cristovam Buarque, se mantém nos mesmos 2% registrados na última pesquisa. Ana Maria Rangel (PRP) tem 1%. José Maria Eymael (PSDC), Luciano Bivar (PSL) e Rui Costa Pimenta (PCO) não atingiram esse índice. Votos nulos, em branco e de indecisos somam 10%.


O Globo:
"Operadores responsabilizam PT por dossiê, sem citar nomes"
Em depoimento à Polícia Federal, ontem, os petistas Jorge Lorenzetti e Expedido Afonso Veloso, assessores da campanha do presidente lula à reeleição, admitiram ter recebido orientação do PT para negociar com o chefe da máfia dos sanguessugas, Luiz Antônio Vedoin, o dossiê contra candidatos tucanos. Orientados por advogados, os dois negaram ter tratado de dinheiro com Vedoin e não citaram os nomes dos dirigentes petistas responsáveis pela operação.
Lorenzetti, que era churrasqueiro de Lula, disse ter enviado emissários três vezes a Cuiabá. Mas alegou que pretendia receber o dossiê de graça. Expedido disse que o PT ofereceu apoio jurídico a Vedoin em troca do dossiê. À noite, Osvaldo Bargas ainda prestava depoimento. A PF suspeita que Expedito acessou informações protegidas por sigilo bancário no Banco do Brasil para atingir adversários. O BB investiga o caso. A "Jorge Bastos Moreno", na coluna Nhenhenhém, o ex-governador do Acre Jorge Viana disse que Lula tem de "despachar essa gente" do PT paulista.


O Estado de São Paulo:
"Lula já admite 2º turno e chama oposição de golpista"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu ontem, em discurso a prefeitos, que há conotações golpistas na reação da oposição à denúncia sobre o dossiê Vedoin. "É preciso ficar de olho, porque tem gente que ainda não aprendeu a viver na democracia. Tem gente neste país que falou: 'Vamos deixar o operário entrar, ele não vai dar certo e depois a gente volta com toda a força"', disse Lula. "Agora eles estão ansiosos para ver se existem outros meios, que não é da relação democrática da eleição." Ele recebeu manifesto de apoio de 2.135 prefeitos, parte deles da oposição, e admitiu a possibilidade de haver segundo turno na eleição presidencial.
"Se não der no primeiro turno e tiver segundo turno, não tem nenhum problema. Que nós vamos ganhar eu tenho certeza." Antes, em entrevista à Rádio CBN, Lula chamou de "imbecis, loucos e insanos" os petistas envolvidos na produção do dossiê com supostas denúncias contra candidatos do PSDB. E procurou impor a versão de que os petistas envolvidos no esquema não pertencem ao seu círculo pessoal ou ao comando do PT. Também negou ter constrangimento por dividir palanque com antigos desafetos e políticos acusados de desvio de dinheiro.


Gazeta Mercantil:
"A crise política, enfim, faz todo o mercado tremer"
A crise política interna e a incerteza quanto ao rumo da economia americana afetaram finalmente os negócios, ontem, no mercado financeiro. Dados sugerindo queda abrupta da atividade nos Estados Unidos deixaram investidores ainda mais cautelosos, reduzindo seu apetite por risco. Aqui, o efeito foi potencializado pelas investigações sobre o "dossiê Serra".
As bolsas americanas, pressionadas pelo temor de recessão no país, caíram. A Bovespa recuou 1,04%. As moedas de emergentes perderam valor. Frente ao real, o dólar subiu 1,47%, a R$ 2,208. A piora mais acentuada ocorreu no risco-Brasil, que foi a 244 pontos-base, com alta de 7%. "As condições de diálogo entre oposição e governo, num segundo mandato, estão comprometidas, o que dificultará as reformas", avalia Vladimir Caramaschi, economista-chefe da corretora Fator.

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