Editorial

Guerra sem fim

As agências noticiosas dão conta da morte de um “brasileiro” que lutava pelo Hezbollah. Coloquei brasileiro entre aspas porque o rapaz, de 17 anos, nunca esteve no Brasil e não manifestava interesse em fazê-lo. Queria ser mártir. Conseguiu. Outros o seguirão na empreitada suicida. O Estado de Israel foi criado na Palestina em 1948. Os habitantes não judeus da região se sentiram prejudicados e até hoje reivindicam a criação de um Estado Palestino, o que é justo e já deveria ter acontecido. No entanto, sobre o conflito de agora há algumas evidências que parecem não impressionar os guerilheiros do Hezbollah. São fatos gritantes e o bom senso diz que contra fatos não há argumentos. Israel é um país moderno, rico e bem defendido. Síria e Egito sabem do que é capaz o complexo militar israelense. Sem esquecer do apoio incondicional dos americanos. Há, entretanto, entre os membros xiitas do Hezbollah a idéia fixa de exterminar o país dos judeus e retornar aos tempos anteriores a 1948. Impossível. Israel é uma potência nuclear e certamente usará seu arsenal se for necessário. Antes de isso acontecer milhares de civis inocentes morrerão. Dentre eles crianças, cujos cadáveres acabam se tornando material sensacionalista de telejornais. A solução do conflito não passa pelos campos de batalha, deve ser obtida em mesas de negociações. Como convencer os guerrilheiros de que eles nunca vencerão? Talvez prefiram morrer lutando. Assim se tornam mártires, com direito a receber um lote de virgens, cuja virgindade se renova a cada dia. Antes de encerrar, deixo claro que apoio integralmente a criação de um Estado Palestino, que acredito acontecerá quando o ciclo do petróleo terminar e os Estados Unidos perderem o interesse no Oriente Médio. Judeus e árabes voltarão então a conviver pacificamente, como aconteceu durante centenas e centenas de anos. As guerras do Oriente Médio têm uma única causa: petróleo.

Sidney Borges

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