Civilização em questão...

Operação Carrapato

A Associação Companhia das Patas, entidade da sociedade civil que agora envolve as entidades protetoras do litoral norte Apauba, Bichos da Rua e Apailha, representada por mim na qualidade de presidente, visa uma melhor interação entre a saúde pública e o bem estar animal. Não, nós não nos importamos somente com os cachorros e gatos. Nós lutamos pela melhoria da qualidade de vida de todos os seres. Dos quadrúpedes aos bípedes. Nós não queremos incendiar o CCZ ou queimar os seus fúncionários em praça pública. Nós não somos “um bando de donas de casa desocupadas”, mesmo porque o serviço doméstico consome bastante tempo. Nós estamos aqui para auxiliar o poder público a controlar o desequilíbrio populacional animal, para melhorar as condições sanitárias do ambiente, e principalmente ajudar as pessoas que amam seus animaizinhos de estimação mas não tem instrução ou poder aquisitivo para cuidar deles de forma adequada. E não me venham com o discurso “quem não tem condições financeiras não deveria ter cachorro”, porque se com os programas de planejamento familiar e toda a distribuição de anti-concepcionais e preservativos, casais cuja renda mensal não chega a R$ 700,00 têm 5 filhos, como você vai explicar que eles não podem ter um cachorro? A abordagem tem que ser outra. Após várias reclamações de munícipes de Caraguá, a Cia. das Patas entrou com uma representação no Ministério Público para avaliar as condições em que os animais são mantidos durante os cinco dias que os separam da injeção letal. Sim, segundo protocolo seguido pelos veterinários responsáveis, findo o prazo é esse o destino que os aguarda. Você não sabia?
A visita foi feita. O laudo da Dra. Rita de Cássia Garcia, ex-diretora do CCZ de São Paulo e vice-presidente do Instituto Nina Rosa, será encaminhado à Promotoria e caberá ao MP tomar as devidas providências. Nós, da Companhia das Patas gostaríamos que o Prefeito de Caraguatatuba, Sr. Aguillar, e o Secretário da Saúde, Dr. Olegário, tomassem conhecimento da situação de abandono em que se encontra o CCZ, que não dispõe nem ao menos de jornal ou caixas de papelão para proteger os filhotes do chão úmido e gelado, sem falar nos estrados que os cães adultos necessitam para dormir no seco.Não estamos pedindo comedouros de inox, caminhas ou roupinhas para esses animais. Queremos apenas que as normas contidas no Boletim Epidemiológico Paulista, publicação da Vigilância Epidemiológica do Estado, sejam cumpridas à risca. Afinal, o que o Estado preconiza não é nem um pouco impraticável, como podem alegar certos profissionais desatualizados.Talvez falte simplesmente competência e bom coração. Matar animais indefesos em nome da Saúde Pública não funciona mais, é péssimo para a imagem de qualquer administrador público, e a recompensa daqueles com sangue nas mãos será uma cela imunda, abafada e fétida com vista para um lago de enxofre.


Vivian Saadi Sampaio
Associação Cia. das Patas

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu