Problemas da comunidade

Mães reclamam da falta de estrutura na creche do Sertão da Quina

Cristiane Zarpelão
A creche Nativa Fernandes Faria, no Sertão da Quina foi inaugurada no mês de agosto de 2004. A creche foi construída em uma área de 8.300 metros quadrados e conta com berçários, refeitório e pátio para recreação.

Na época da inauguração, a Prefeitura informou que o objetivo da instalação da nova creche era proporcionar um espaço seguro para as crianças, que têm de ficar longe dos pais, durante o período em que eles estão trabalhando.
Segundo algumas mães que têm filhos matriculados na entidade, era “tudo ótimo” enquanto o local estava sob a responsabilidade da Prefeitura, através da Secretaria da Educação. O que acontece atualmente, é que desde o inicio de junho deste ano, a Secretaria de Educação firmou convênio com o Instituto Aryrã de Desenvolvimento Humano, Cultura e Meio Ambiente que prometeu dar condições iguais ou melhores às crianças da entidade.
As entidades não devem mais ser chamadas de creches e sim de CEI - Centro de Educação Infantil.
Segundo uma das mães, que tem dois filhos matriculados no local, a entidade “passa por um retrocesso terrível”. “Crianças se machucam lá e não são levadas ao médico, as crianças estão agressivas, chegando até a cortar o cabelo umas das outras, olha o perigo, elas têm acesso à tesoura e parece que não tem ninguém vendo. As pessoas de lá não tem sequer os cuidados básicos com as crianças. A entidade está sem nenhuma estrutura de atendimento”, reclama.
As mães dizem que já se queixaram com vários órgãos mas foram ignoradas. Elas dizem que não podem ir trabalhar sossegadas sabendo que seu filho não estará bem. “Antes deixava minha filha e ia trabalhar totalmente despreocupada, agora tive que deixar meu emprego pois não tem outra creche por aqui e não tenho com quem deixar minha filha. Eu é que não vou deixar ela mais aqui, mesmo precisando muito desta creche”, disse sem dizer seu nome.
Questionada pela reportagem, uma das professoras confirmou que algumas mães têm reclamado sim, mas não quis dar detalhes.

Outro lado

A coordenadora técnica do Instituto Aryran, Luciana Sobral, afirmou que essas reclamações são infundadas.
Ela contou que os funcionários - a pedido dos próprios pais, são os mesmos que estavam anteriormente, que todos passaram por uma capacitação e que a prioridade do Instituto não é apenas cuidar, mas também educar. “O Instituto Aryran contribui para uma educação de qualidade e com criatividade. A intenção é garantir os direitos da criança em Ubatuba”, apontou.
Em relação às reclamações, Luciana ressaltou que todas as crianças que se machucam são atendidas na medida do possível, comunicando primeiramente a família e também pedindo auxilio aos órgãos competentes. Outro fator é as crianças estarem cortando os cabelos uma das outras. “O acesso a tesouras é restrito sendo utilizadas somente em atividades direcionadas e supervisionadas”, explicou.
Já ao fato da agressividade, a coordenadora diz achar estranho e argumenta alegando que “o ‘Projeto Tempo de Infância’ prioriza a autonomia onde a criança tem o direito de se expressar e de ter opinião. Cabe aos educadores e principalmente aos pais orientá-los para serem cidadãos de respeito e responsabilidade”, enfatizou.
A coordenadora disse que a vinda de mais educadores será providenciada e que já foram feitas solicitações para esse aspecto.
“Os pais devem reivindicar melhorias sempre, eles tem esse direito e essa obrigação. Cabe ao Instituto selecionar pessoas qualificadas para o cargo”, concluiu Luciana.
O Centro de Educação Infantil atende gratuitamente cerca de 100 crianças de 0 a 3 anos e conta com uma equipe de 12 pessoas: 9 educadores, 2 professores e 1 coordenação.
O atendimento é realizado de 2a à 6a feira das 7h00 às 17h30.

Instituto Aryran

O Instituto tem como membros nomes renomados na área da Educação, como Francisco Eduardo Pereira Filho, Lucila Martinez, Roseli Morila dos Santos e Vera Melis, que vêm desenvolvendo projetos e programas sociais há mais de vinte anos no cenário nacional e internacional, dentro do contexto das organizações sociais. Estes membros criaram o Instituto Aryran em 2000 para congregar energia, esforços e inteligência ao poder público, visando contribuir para o enfrentamento dos desafios da sociedade brasileira. São planejados e realizados projetos nas áreas de educação, meio ambiente e desenvolvimento humano nos municípios brasileiros.

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