Falar demais é perigoso...

A "Síndrome de Ciro"

Eleição é uma caixinha de surpresas. Os marqueteiros costumam dizer que ganha o candidato que erra menos por que todos erram.
Em 2002, Ciro Gomes, candidato do PPS a presidente da República, chegou a pintar como o possível adversário de Lula no segundo turno. E algumas pesquisas indicaram que ele poderia até derrrotar Lula.
Ciro perdeu para ele mesmo quando começou a falar como um destrambelhado e disse grossas bobagens. Chamou eleitor de analfabeto. Comentou que o papel de sua mulher na campanha era o de dormir com ele.
Foi uma brincadeira de mau gosto que o derrubou.
Acautele-se Lula para não virar o Ciro das próximas eleições. Primeiro porque, como ele, gosta de falar muito. Segundo porque é perito em dizer bobagens.
Até o cuidadoso Fernando Henrique Cardoso derrapou ao chamar aposentados de vagabundos.
Antes dele, o então ministro Rubens Ricúpero, da Fazenda, dissera que "o bom a gente mostra, o ruim, esconde". Perdeu o emprego.
Na tarde de ontem, Lula deu uma estocada sem necessidade alguma no ex-presidente Itamar Franco que anunciara um dia antes seu apoio à candidatura de Geraldo Alckmin.
Provocado por jornalistas a respeito do assunto, tascou:
- Primeiro, eu não comento uma posição de um ex-presidente. Quando chegam acima dos 75 anos as pessoas têm de ter o mínimo de liberdade de fazer suas opções.
Chamou Itamar de velho, pois. E fixou o limite de 75 anos para as pessoas desfrutarem do “mínimo de liberdade de fazer suas opções”.
Sem querer, pode ter ofendido os idosos em geral. Indiretamente, acusou o golpe da adesão de Itamar a Alckmin.
Há uma semana, no comício inaugural de sua campanha no Recife, Lula pisou na bola ao dizer que como presidente da República não responderia a agressões de adversários, mas como candidato...
E aconselhou a oposição a segurar sua língua por que ele também dispõe de uma.

Fonte: Noblat

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