Preso comum?

O homem que instalou o caos na maior cidade do país não passa, aos olhos da justiça, de um preso comum

Veja
Os dias de insegurança e pânico patrocinados pelo PCC são matéria de capa da Veja desta semana: "O homem que comandou a rebelião simultânea de 73 presídios paulistas, provocou uma onda de atentados no estado e, ao que tudo indica, ordenou o cessar-fogo aos seus comparsas depois de mais de 100 horas de terror, não é reconhecido pela Justiça como líder de uma organização criminosa. Aos olhos da lei, Marcos Willians Herbas Camacho, o 'Marcola', é simplesmente um condenado por assalto a bancos. Nessa condição, até a semana passada, o bandido pôde cumprir pena em uma penitenciária comum, de onde comandava os mais de 100.000 presos que a polícia acredita estarem ligados ao Primeiro Comando da Capital – o PCC, a maior facção criminosa do estado. Há cerca de um ano, o Ministério Público tentava, sem sucesso, obter autorização judicial para transferir Marcola para Presidente Bernardes, o presídio de segurança máxima onde ele se encontra provisoriamente agora e onde vigora o temido regime disciplinar diferenciado (RDD), que isola o preso do mundo e dos outros detentos. Os promotores, no entanto, não conseguiam reunir provas que convencessem a Justiça de que Marcola liderasse uma organização criminosa. Isso porque, precavido, ele raramente fala ao celular e jamais ordena a execução de crimes diretamente. (...) Ao longo de quatro dias, sua organização conseguiu impor o terror aos 11 milhões de habitantes da cidade de São Paulo. Policiais foram assassinados, prédios públicos sofreram ataques a bomba, ônibus arderam em chamas, serviços básicos foram interrompidos e agências bancárias, escolas e comércio fecharam suas portas. Tudo porque um bando de criminosos se recusava a perder as regalias a que estava acostumado nas penitenciárias comuns. A transferência de 765 detentos ligados ao PCC para a penitenciária de Presidente Venceslau, de regras mais rígidas, foi o estopim para a espiral de violência que teve como epicentro a maior e a mais rica metrópole brasileira. Entre policiais, criminosos e cidadãos comuns, foram 152 mortos, vítimas dos 293 atentados cometidos pelo PCC de Marcola."

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