Reflexões

Lula lá

A mais recente pesquisa do Datafolha está tirando o sono dos que imaginavam que Lula continuaria a cair. Estacionou. Quem caiu foi Alckmin, que virou alvo de ataques petistas. Até uma carta enviada ao então “presidente” Médici, quando o candidato tucano ocupava a prefeitura de Pindamonhangaba, acabou ventilada. Carta elogiosa, o que convenhamos, nas mãos do PT, na campanha, será um osso a ser roído. Prefeitos de cidades pequenas precisam ter cuidado com o que falam e escrevem. Mas o que interessa realmente, o que de fato conta ainda não foi devidamente percebido pelos que se dedicam a analisar os fatos. Lula, com a simplicidade dos que sabem muito, ou dos que nada sabem, está fazendo o óbvio. Se permanecer nessa linha e sobreviver ao imbróglio Okamotto, será presidente por mais quatro anos e quem sabe até por mais oito depois dos quatro. Nunca devemos esquecer que o Congresso faz o que quer, podendo criar uma emenda que permita reeleição eterna. Os leitores devem estar curiosos. O que Lula está fazendo para conseguir sobreviver à cornucópia de escândalos e permanecer incólume? Tudo indica que a massa percebeu que ele não é inocente, que sabia de tudo e mesmo assim vai votar nele. Qual é o segredo?
Lula está pondo em prática um projeto de ACM. Está dando dinheiro ao povo através do Bolsa-Família. Surpreso caro leitor? Pois é a idéia foi do “Toninho Malvadeza”, logo tachada pelos petistas e pela esquerda que leu Althusser de assistencialismo. Se FHC tivesse posto o programa em prática, Lula jamais teria sido presidente, estaria até hoje criticando o governo que dá o peixe quando deveria ensinar a pescar. A última bala na agulha da oposição é a quebra do sigilo bancário de Okamotto. Sem isso Lula certamente será reeleito. Depois só cabe a ele aumentar o espectro dos benefícios. O Congresso fará o resto e tome Lula nos próximos vinte anos espalhando cultura e sabedoria com suas metáforas geniais. E tudo é tão simples, basta tirar algumas migalhas dos banqueiros e distribuir para fazer o povo gargalhar de felicidade. De qualquer forma, deste governo em diante será imprescindível transferir renda aos necessitados. Tinha razão o Suplicy ao propor o programa de renda mínima.

Sidney Borges

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