Conhecimento

Thomaz Magalhães
“Deixe a China dormir, pois quando ela acordar irá estremecer o mundo.” A frase, que teria sido dita há dois séculos por Napoleão, reflete bem um processo de despertar que começou discretamente, há quase 30 anos. Mas as reformas econômicas que tomaram conta do país desde então têm, especialmente nos últimos dez anos, sinalizado com grande ênfase aos demais países que a milenar nação de Confúcio, Mao e Deng não está para brincadeira. Com a economia crescendo a uma média assombrosa de 9,4% ao ano desde 1978 – mais do que a de qualquer outro país –, os chineses olham para o futuro querendo muito mais. O governo chinês divulgou uma série de políticas para promover o contínuo crescimento econômico e tirar a população da pobreza até 2050. O primeiro passo será elevar os gastos em ciência e tecnologia de 1,3% para 2,5% do produto interno bruto até 2020, ano em que o investimento no setor deverá chegar a US$ 112 bilhões. Foram definidas como prioritárias as áreas de energia, saúde, agricultura, biotecnologia e nanotecnologia, informa a agência noticiosa da Fapesp.Pois eu lembrei que a falta desse poderoso financiamento em busca do conhecimento foi uma das causas da quebra do império socialista, da União Soviética e dos partidos comunistas do Leste Europeu, os da Cortina de Ferro. Tese defendida por Fernando Henrique Cardoso, numa dessas palestras de cinquenta mil dinheiros que ele dá mundo afora. Não foi pela má distribuição de renda, mas pela má distribuição do conhecimento que o império socialista veio abaixo. O fato parece encontrar comprovação na Europa Ocidental, onde o socialismo permanece ou se revesa com o liberalismo justamente nos países onde a educação é ponto forte. Onde não é, perece.
Fonte: Trem Azul

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