UMA LOCOMOTIVA

Herbert Marques
Não tenham dúvidas que uma locomotiva começou a andar. Alckmin movimentou-se com muita habilidade em seu partido e agora deverá dar início a uma trajetória na forma de locomotiva. Passando por cima de tudo que encontrar na frente. O presidente Lula já chamou a atenção de seus correligionários do perigo maior que Alckmin representa para sua reeleição. Muito maior que Serra, já conhecido dele nos palanques e mais grudado ao governo Fernando Henrique. Sua campanha, na base da comparação entre os dois governos, perde um pouco de efeito ou torna-se mais difícil agora, com Alckmin de adversário que tem a seu favor um excelente governo em São Paulo e uma vida política de invejável ascendência. De qualquer forma, com Serra ou com Alckmin, Lula está com seus dias contados, disso não tenham dúvidas.
Em matéria publicada no dia 9/11/05, sob o título “Está morto, tenho certeza”, dizia eu que Lula não teria condições de suportar uma campanha onde viesse a baila todas as falcatruas que seu partido vêm praticando ao longo de seu governo. Não vai ser a bolsa família, a estabilidade financeira, a publicidade maciça de seus atos pirotécnicos que resistirá uma campanha onde deverá vir à baila os crimes praticados por delúbios, silvios, dirceus, luizinhos, valérios, lulinhas, seu ministro da Fazenda e tantos outros que todo dia ressurgem com novidades, maioria das vezes tipificado no Código Penal brasileiro.
A campanha política deste ano será pobre. Não haverá aquele derrame de dinheiro de eleições anteriores no que dificultará ainda mais o governo Lula, tão pródigo em fazer nascer dinheiro, sabe-se lá parido da onde. Faltando o vil metal sonante, faltará o voto comprado, parece brincadeira, mais ainda existente em quantidade elevada, quer pela promessa de emprego, quer pelo telhado de um puxado em sua casa, quer pela aquisição de um bem durável [fogão, geladeira etc], quer para suprir os débitos contraídos ao longo dos últimos quatro anos. O cabo eleitoral trabalha por dinheiro e tem na eleição, seu ganha-pão. Saibam: vai faltar dinheiro para eles.
Vai faltar dinheiro para o time de futebol trocar sua camisa, vai faltar para pagar os almoços e jantares nas cantinas, nos botequins de esquinas de bairro ou beira de estradas. Vai faltar para pagar o jornalego do interior, o locutor da rádio, o fabricante de faixas, o vendedor de tinta, o dono de muros.
Esta eleição será de convencimento pessoal. Boca a boca. Pé de ouvido. É aí que o Lula será atropelado, morto e enterrado. O resto é questão de eternidade, o lugar certo para reorganizar o PT e seus asseclas.
hlmarques@terra.com.br

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