NOSSAS NECESSIDADES

Herbert Marques
Relendo alguns artigos que escrevi nesta revista, encontrei um datado de 8 de dezembro de 2004, com o título “Curiosidade é Parente de Ansiedade”, que recomendo para meus poucos leitores relê-lo. Falava eu da irrelevância de um prefeito, quer deste ou daquele perfil, partido, igreja ou coisa que o valha. Para mim, são todos iguais. Atingiram o poder trazendo no seu âmago a profunda necessidade de satisfazer seu ego, deformado pelo desejo incontido de poder e pecúnia. Em tempo, retiro a palavra pecúnia ao me deparar, consultando o Aurélio, o verdadeiro significado da palavra ao citar Eça de Queiroz:” "Ficou-me a dever seis moedas; -- mas esta diminuta migalha de pecúnia desaparece na copiosa onda de saber histórico com que fecundou o meu espírito." (Eça de Queirós, A Relíquia, p. 95.). Fico somente com o desejo incontido do poder.
A sociedade, quando organizada, produz lideres independentemente de cargos, e melhor que não os tenha, que irão nortear seu desenvolvimento e vocação. Isso aconteceu com os Estados Unidos, Canadá, Austrália e outros países considerados de primeiro mundo, onde o Estado é pequeno, muito pequeno em comparação ao nosso, mas a sociedade é forte e saudável, rica e independente. Por que? Foi construída pelo seu povo que regaçou as mangas para formar aquilo que achavam ser o ideal. Os primeiros americanos, canadenses, australianos, foram homens rudes mas excessivamente trabalhadores e fundamentalmente honestos para consigo mesmo e para com seus pares. Partiram logo de início para o objetivo de construírem uma grande nação, dando educação aos seus descendentes e muito trabalho. Seus lideres foram homens comuns que na maioria das vezes não ocuparam cargos políticos e públicos para darem sua contribuição de forma efetiva para construir a grande nação que almejavam desde o início, independentemente de formação de classe política etc e tal.
Com isso quero reafirmar aos moradores de Ubatuba, críticos ou não da administração atual, que nada será feito pelos nossos homens públicos nesta e nas futuras administrações, assim como não foram feitas nas anteriores. Este marasmo que está aí vai continuar até o dia em que regaçarmos as mangas e resolvermos fazer aquilo que precisa ser feito. Construir uma grande sociedade. Esqueçamos os poderes constituídos pois eles o foram para atender as necessidades inerentes a eles. Nada Mais. E quais os poderes inerentes a eles? Legislativo: produzir leis que regulamentem as necessidades da sociedade e fiscalizar os atos do poder executivo; Executivo: executar os serviços que lhe são atribuídos pela legislação em vigor, quer federal, estadual ou municipal; Judiciário: administrar, ordenar e julgar os conflitos produzidos pela sociedade.
Fora disso, esqueçam o seu prefeito e seus asseclas, políticos que se arvoram detentores de poder mas que nada mais deveriam ser que simples servidores da sociedade. O resto é por nossa conta e risco, tenham certeza disso. Nossa parte, o trabalho, o empreendimento, a inteligência, elementos subjetivos e essenciais para a formação de um povo. É o exemplo que a história nos delega.
hlmarques@terra.com.br

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