Editorial

Fim de feira

Eu não votei em Lula. Não votei em ninguém na verdade, estava em trânsito, justifiquei. Se tivesse votado teria sido em Serra. Mas não fiquei triste com a vitória do candidato petista, muito pelo contrário, como ex-simpatizante do PT acreditei que a austeridade faria a diferença. Imaginei grandes projetos na área educacional, capazes de tirar o Brasil do marasmo. Imaginei ver a desburocratização de um estado cartorial ineficiente. Imaginei o governo dando incentivos aos empresários brasileiros e, por conseguinte, oferecendo aumento na oferta de empregos. Imaginei que a violência iria diminuir no estado socialista, mais justo. Apesar das limitações do Presidente, o grupo que o cercava era composto de gente capaz. Minhas esperanças começaram a morrer no dia em que Waldomiro Diniz foi apanhado com a boca na botija. Dali em diante o governo passou a tergiversar, a fugir da verdade, a mentir, a disfarçar. O resto da história todos conhecem. Foram caindo os dominós, como previam os americanos que aconteceria no Sudeste Asiático, caso o Vietnã vencesse o conflito. Caiu Genoino, caiu Dirceu e Gushiken foi empalhado. Aos poucos Lula viu seus companheiros serem colhidos pela fada do ostracismo, que retira poder de políticos em desgraça. O último foi Palocci. Já não há muros a derrubar, resta o rei, cada vez mais nu. Lula será alvo da próxima investida da oposição. Os exércitos regicidas atacarão os flancos desguarnecidos, setor Okamotto e setor Lulinha, este o mais provável Waterloo do Napoleão metalúrgico. Talvez Lula sobreviva, mas os estragos serão grandes e certamente pesarão na eleição de outubro. E que eleição, ganhe um ou outro, tudo continuará como d’antes no quartel de Abrantes. Eu não gostaria de ver Chalita no ministério da Educação. Paulo Coelho seria melhor. Ou Caetano Veloso.

Sidney Borges

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