Ciclofaixas, prós e contras...


Atitude correta. A ciclista empurra a bicicleta na calçada para não transitar na contra-mão na rua Thomas Galhardo

Cristiane G. Zarpelão
A implantação das ciclofaixas que funcionam desde o último dia 7 nas ruas Thomaz Galhardo e Conceição, tem dividido opiniões dos moradores e comerciantes de Ubatuba.

Na Thomaz Galhardo, onde o trânsito é mais intenso, uns acreditam que foi uma ótima idéia da Prefeitura, outros acreditam que não, pois iria prejudicar os comércios.
Jean Carlo da Silva, proprietário da Foto Avenida, é a favor da ciclofaixa desde que haja educação para o ciclista, regulamentação da lei e a punição dos ciclistas que a desrespeitarem. “Afinal, foi feito um espaço exclusivamente para eles. Mas acredito que ainda é cedo para julgarmos se é bom ou não, pois não está funcionando corretamente, porque ainda está em fase de implantação”, pondera.
Nilo Ribeiro, da Casa de Carnes Ribeiro, diz que “ainda é cedo para opinar, mas os clientes estão reclamando da falta de estacionamento. Se fôr para organizar e melhorar a cidade, valerá a pena sim”. Continua: “O ideal seria a implantação de zona azul, pois os próprios comerciantes deixam o carro estacionado o dia inteiro, sem deixar espaço para os clientes estacionarem”, sugere o comerciante.
Já Ademar César Fernaine, da Ubadesklimp, diz que não é contra e nem a favor da ciclofaixa. “Sou favorável sim, à proibição do estacionamento de um lado da Thomaz Galhardo, porque a rua não comporta estacionamento dos dois lados. E sempre disse, desde o começo das reuniões, que na Thomaz Galhardo não deveria ter ciclofaixa e sim, não deveria ter trânsito nenhum de bicicletas. Ali, o ciclista corre riscos, porque o tráfego é intenso. Passam muitos automóveis, carros de resgate, polícia, automóveis que precisam estar em uma certa velocidade”, enfatiza.
Júlia Almeida Pacheco, do Pneu Car está “totalmente insatisfeita” com a implantação. “Gostaria de deixar claro que não sou contra a ciclofaixa e sim a forma de como ela foi implantada. Foi mexido em toda uma estrutura do comércio para o ciclista não estar nem aí para a ciclofaixa”, diz indignada. “A falta de estacionamento está me prejudicando totalmente. Como eu, que trabalho com automóveis, posso prosseguir com meu negócio sem ter estacionamento? Para ajudar, ainda corre um boato que querem fazer da rua dos Nazarenos mão única, ficando o trânsito oposto à minha loja. Aí que a minha e mais oito famílias que dependem do meu comércio irão falir”, diz, desanimada.

Outro lado

A Guarda Municipal continua orientando os ciclistas e motoristas nas ruas Conceição e Thomaz Galhardo, sobre a implantação da ciclofaixa.A orientação dada pelos policiais aos motoristas é a proibição de parada e estacionamento do lado esquerdo das referidas ruas. Segundo a guarda municipal Lanes, a orientação para os ciclistas, é a de não trafegarem, em hipótese alguma, fora da ciclofaixa e nem tampouco na contramão. Ela conta que, “a maioria dos ciclistas são educados e respeitam a ciclofaixa e nossas orientações, mas existem alguns que são bem mal-educados”, diz. Várias faixas de orientação aos motoristas e ciclistas foram colocadas em toda a extensão das duas ruas.
O ciclista Milton Costa, de 75 anos, ao ser parado pela guarda por estar na contra-mão da ciclofaixa, disse que ouviu em uma rádio que podia trafegar nas duas mãos, mas ao ser orientado pela guarda municipal, mudou seu trajeto e respondeu: “Agora sim, vai ficar bom. Tomara que todos respeitem”, disse.
A ciclista Vanda Pereira gostou muito da ciclofaixa: “Eu gostei bastante, porque evita acidentes e vou respeitar sim”, disse.
A campanha de orientação aos motoristas e ciclistas feita por guardas municipais e polícia militar terá duração de 30 dias. “Após este período, os infratores estarão sujeitos às penalidades previstas em lei”, diz o guarda municipal Carlos Augusto.
Faz parte também da conscientização a distribuição de folhetos explicativos sobre a implantação das ciclofaixas, que estão sendo distribuídos aos alunos das escolas municipais, com explicações dos professores sobre a importância destas alterações para o trânsito da cidade e para a segurança de toda população.
Foto: Renato Boulos/USC

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