Alguém descruze os braços

Lucia Hippolito na CBN:
"Se algumas vozes sensatas do governo e da oposição não se sentarem para conversar nas próximas horas, a coisa vai esquentar cada vez mais.
Não é possível que as lideranças do governo não estejam percebendo que estão errando, e muito, quando dão corda à oposição para esticar a crise até os limites mais inimagináveis.
É preciso que os bombeiros entrem em campo, não para esconder o que quer que seja, mas para recolocar a discussão em níveis minimamente aceitáveis.
Estamos entrando numa campanha eleitoral complicadíssima, campanha contaminada por uma crise que insiste em não terminar.
E muito por culpa do governo, que continua dando tiro no pé e metendo os pés pelas mãos.
Já vamos para cinco dias da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo, e até agora nenhuma das autoridades responsáveis veio a público explicar o que aconteceu.
A conta do caseiro era na Caixa Econômica Federal. Onde está o presidente da Caixa, Jorge Matoso, que não apareceu para dar explicações ao distinto público?
É bom lembrar que a Caixa não é um banco privado. Não é sequer uma empresa de economia mista. A Caixa é uma empresa pública, o que significa que 100% de suas ações pertencem à União, ou seja, a todos os brasileiros.
Portanto, uma ilegalidade dessas que acontece nas dependências da Caixa Econômica tem que ser objeto de explicações muito detalhadas, fornecidas pelo próprio presidente da instituição.
Sei que é demais pedir que o presidente da Caixa seja demitido, o que aconteceria num país um pouco mais sério. Mas no Brasil, está ficando aflitiva a total falta de cerimônia de autoridades de todos os poderes.
Um cidadão, que estava sob a proteção do Estado, tem seu sigilo bancário violado por agentes do Estado, e o ministro da Justiça vem a público declarar que “é grave”. Só isso.
Compreendo que o ministro da Fazenda, superior hierárquico do presidente da Caixa Econômica Federal, esteja com alguma dificuldade de fazer valer sua autoridade.
Afinal, Antônio Palocci vem sendo diariamente desautorizado por ex-assessores, motoristas, caseiros, corretores de imóveis. Enfim, a fila é extensa.
Mas é inadmissível que o presidente da Caixa Econômica Federal considere que não deve satisfações à sociedade.
É preciso que vozes sensatas entrem em campo para mostrar ao governo que este não é um procedimento aceitável."

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