PARTICIPAR E “PARTICIPAR”

Hugo Gallo Neto
Interessante a nossa língua pátria.
Dependendo do sentido, dos interesses e/ou conveniências, podemos a um mesmo verbo, dar interpretações absolutamente antagônicas.
Este é o caso do verbo participar. Pode-se entender que participar é fazer parte de algo ou de um processo, tornando-se junto com os outros participantes, uma parte integrante do todo.
Por outro lado, podemos entender o verbo participar como comunicar a outrem o que se fez ou se está fazendo.
Quando no campo político falamos em Plano Diretor Participativo, temos que prestar muita atenção em qual o sentido do verbo a que os atores (População, Ongs e Poder Público) estão se referindo.
É público e notório que um processo de tamanha importância e significado para o futuro de nossa cidade não pode ser feito às pressas, sem a participação popular e de outros setores de nossa sociedade, sob o risco de serem beneficiados alguns em detrimento de outros.
É público e notório também, que se queremos um Plano Diretor Participativo (no sentido de todos participarem), estamos muito atrasados no processo de discussão do mesmo.
Este processo não é fácil e muito menos rápido.
Nele estarão presentes interesses legítimos e outros nem tanto, assim como antagônicos na forma de ver o futuro de nossa cidade.
Deveremos chegar a um consenso que reflita o melhor e mais ético interesse comum.
Desta forma, não podemos classificar de “apressados” os setores da sociedade civil que com ou sem a participação de outros (mas convidando a todos), discutem o tema.
Esta é uma forma legítima e democrática de discutir um assunto de tamanha importância.
Deveríamos então classificar de "atrasados" alguns atores que já deveriam ter conduzido o processo e não o fizeram?
Estiveram em reunião no último Sábado 04/02 no Sindicato dos Metalúrgicos, presentes 40 entidades para discutir o tema.
Todos foram convidados: População, Ongs, Partidos Políticos, Poder Público, etc.
Alguns setores extremamente importantes não compareceram.
Não há dúvidas sobre a competência da equipe contratada pelo executivo e que tem capacidade técnica e conhecimento sobre o nosso município.
Eu pessoalmente, sempre fui da opinião de que estas pessoas deveriam continuar o trabalho (já iniciado na gestão anterior) e conduzirem este processo, desde 01/01/2005.
Desta forma, é minha opinião que devemos todos juntos (enquanto os maiores interessados no processo), arregaçar as mangas e nos unirmos, sem nos esquecermos em nenhum momento de prestar atenção sobre se o participar a que estão se referindo, é o mesmo que a sociedade está esperando.

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