Editorial

Pequenos suicídios...

Como membro do movimento Ubatuba Viva tive a oportunidade de assistir a defesa das plataformas políticas dos candidatos a prefeito, em 2004. O movimento se colocava contra a “prática nefasta” do nepotismo e propôs a assinatura de um documento-compromisso no qual o candidato assumia publicamente que governaria sem usar do expediente. Um dos postulantes disse alto claro e em bom som, para quem quisesse ouvir, que não assinaria. Foi Paulo Ramos de Oliveira. Ele afirmou que gostava do trabalho dos irmãos e que eles continuariam em seus postos. A atitude pode entrar para o rol dos chamados pequenos suicídios políticos. Temos de reconhecer que o ex-prefeito é habilidoso, sabe envolver as pessoas e tem carisma. Por que teria tido um arroubo de sinceridade e se colocado favoravelmente ao nepotismo? Ninguém jamais saberá, os que lá estiveram e mentiram sentirão um dia o peso de tal atitude. Os homens públicos precisam ter consciência de seu papel. Ser contra o nepotismo é virtude, ninguém gosta de ver incompetentes ganhando e nada produzindo, o que é a regra. Há exceções, é sabido que toda regra as admite. Então não seria o caso de deixar de lado a hipocrisia? Que tal admitir que para meus parentes o nepotismo não só é tolerável como chega a ser um bem para a sociedade. Amigos e parentes sempre serão competentes. Para os adversários é uma prática condenável. É uma mera sugestão para os que vivem o dilema da dualidade e imputam qualquer menção ao fato a supostas perseguições políticas. Não é necessário resposta. Esta virá nas urnas. Será desagradável...

Sidney Borges

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