VIGIAI!

Temos dezenas de praias, porém algumas delas exercem funções de suma importância para a economia da cidade e, principalmente, para a formação de emprego e renda de toda a população. Vou citar por enquanto apenas a Iperoyg, Grande e Itaguá. Diferentes de logradouros de outros municípios, estas praias precisam receber tratamento adequado as suas funções. Como assim? Projetar, construir ou mesmo urbanizar uma Praça em Taubaté, Campinas ou Ribeirão, é muito diferente do que propor qualquer destas ações em nossas praias. Por quê? Pelo tipo de uso. Pelo número de pessoas que irão usar. Pela forma e pela intensidade que a usarão. Pelo “astral” que domina as pretensões dos usuários, sem contar que os materiais precisam ter uma durabilidade compatível ao clima do local. Nos últimos anos, assistimos inertes, as degradações das duas primeiras (Iperoyg e Grande) e, a “maratona” para a degradação da terceira (Itaguá). È fácil qualquer um perceber como a natureza nos privilegiou! Mais fácil, perceber como abusamos e afrontamos esta natureza. A Iperoig, era o palco de todos os eventos da cidade, local de freqüência e, lazer das famílias; ponto de encontro noturno para quem chegava; restaurantes ativos; comercio promissor... um dos cartões de visita da cidade. Foi mortalmente atacada pelo câncer da informalidade. Foi abusada de todas as formas e, morreu. Morreu de morte “matada”. Foi morta a troco de nada. Quem a matou, não tem e, não teve a mínima consideração e respeito por ela. Apenas a usou, até seus últimos “suspiros”? Dane-se a Iperoyg! O que pensar da proposta de ressuscitá-la (com uma reurbanização) temperada com todos os mesmos ingredientes, do fortíssimo veneno que a matou? Se a intenção é ressuscitá-la e, novamente, prepara-la para a morte, por que submetê-la a este sádico sacrifício e, jogar tanto dinheiro (mesmo dado) fora? Melhor não seria, dar-lhe (ao dinheiro) um destino mais humanitário. Por exemplo, investi-lo na Santa Casa? Quanto à praia Grande, noticia-se também sua reurbanização. O que foi preciso acontecer para aparecer esta proposta? Chegar aonde chegou? No fundo do poço? Quem te viu quem te vê! Pobre praia Grande. Alguém explique, qual foi o (real) motivo de se impor restrições ao número de andares dos prédios em 3, 4 ou 5? Porque então, não liberar (geral) para 10, 15 20 pavimentos? No “quadro” atual, quais seriam os prejuízos? As restrições não foram para a preservação do espaço visual? A preservação ambiental? Não? Qual foi então a intenção? Criar dificuldades? Foi para reservar espaço pra a propagação do que lá esta? O que foi permitido e, o que foi feito, sem ser permitido, com ela para chegar na degradação que chegou? Que importância deram a sua beleza natural? Qual foi o custo para a cidade, e, principalmente para a população, que perdeu um dos seus melhores pontos de atração turística? Quais os benefícios à população pelo irreparável custo desta perda? Se a praia “se foi” e, não houve nenhum benefício à população, quem foram então os beneficiados? Quem foram os eleitos, os escolhidos, para receberem, não em um dia, mas por décadas, benesses, vantagens, botins, dinheirinhos e, dinheirões, em detrimento dos interesses da cidade e da população? Vamos agora reurbanizá-la? Vamos gastar milhões! Noticia-se que estes milhões nos serão doados! Que dádiva! Os interesses de quem serão e, estão sendo priorizados? A nossa vocação turística será respeitada? Estão pensando no futuro profissional dos nossos filhos, ou “lotearão” os espaços a escolhidos apadrinhados? Farão novamente “tabula rasa” da lei que rege as concessões de uso de áreas públicas? Farão as licitações? As desconfianças perguntam: quantas doses, e quantos venenos, estarão previstos neste cock-tail de pesadelos? Além de se esclarecer cada detalhe à população (que é a única proprietária da área) é imprescindível ouvir o trade turístico e, toda a economia formal do município. Não sou pessimista, muito menos sou ou estou contra qualquer projeto (sério) ou qualquer melhoria, que se pretenda para a cidade. Não sou e, não estou contra ninguém! Sou “gato”. Escaldado! Falo o que sinto, observando e, principalmente, ouvindo muitos outros “gatos escaldados”. Fazer a população ingerir, este cock-tail, cheio de venenos, goela abaixo, só se for em sonhos! Mas, sempre será preciso vigiar. A “vigilância” passou a ser a garantia do povo, para um futuro melhor para seus filhos. Por esta razão: Vigiai!

Ronaldo Dias

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