Governo oculto

O governo Eduardo César não aconteceu

O governo Eduardo César entra, no início de 2006, para a categoria do não-acontecimento, ao lado dos governos anteriores que não souberam planejar e administrar nossa querida cidade de Ubatuba. Essa inércia e desencontro demonstram o vazio, a incomunicabilidade, o absurdo, a crise do fato e o início do acontecimento pós-fato. Do governo Eduardo César não resta nada. Nenhuma imagem. Nenhum programa. Salvo a negação de si mesmo enquanto promessa e utopia. Este governo inaugura uma nova etapa da simulação: o acontecimento sem fato, em estado absoluto de esvaziamento e de necessidade de conteúdo.
Em 03 de outubro de 2004, deu-se o inesperado, o quase impossível, aquilo que até mesmo os mais cépticos deixam escapar por excesso de argúcia analítica: fato e acontecimento justapuseram-se como num eclipse. Assistiu-se à conjunção ideal e absurdamente precisa do fato com o acontecimento. Numa hipótese, realista, o inesperado aconteceu como tragédia inesquecível.
O governo de Eduardo César só veio comprovar a ausência do fato, assim como no ano de 2005 só veio demonstrar que nada havia para acontecer. O governo confirmou-se como ausência de si mesmo. Realizou-se pela negação. Quanto mais se nega, mais se afirma. Até quando?
As lembranças das promessas do Eduardo César são involutivas, remetem ao que só existiu como discurso.
Quando o acontecimento prescinde do fato, a análise liberta-se da novidade. O governo de Eduardo César não aconteceu por ser mera repetição dos governos anteriores.
O governo de Eduardo César só veio confirmar essa ruptura definitiva com a realidade. O pragmatismo, ao matar a ilusão, entra para sempre na mais absoluta ilusão: a das promessas que não precisam ser cumpridas.
Eduardo César espera reeleger em 2008. Trata-se de uma impossibilidade lógica: as farsas não se repetem.

Jairo dos Santos – PT
Vereador

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